Sair da zona de conforto e ir atrás de algo que nos realize é uma tarefa importante, pois muitas vezes acabamos estagnados em uma realidade "fácil", optada pelo nosso conformismo. Essa "zona" nos impede que busquemos nossa evolução espiritual ou, simplificando, faz com que deixemos de lado oportunidades e desejos que, com uma pitada a mais de força de vontade, poderiam tornar nossa vida melhor. Entretanto, como sair da zona de conforto se a nova situação desconhecida poderia também nos trazer um novo sofrimento?
Primeiramente, precisamos reconhecer que o sofrimento é algo interno. Não faz parte do que estamos vivendo, pois depende de como lidamos com a realidade, já que por mais maravilhosa que seja, pode ainda haver sofrimento.
É possível uma mudança de atitude que faça com que o sofrimento acabe sendo extinto, seja o nível que for, pois nossa maior busca íntima é viver uma vida sem sofrimentos. Se nós o aceitarmos plenamente, aprenderemos a lidar e a conviver com ele. Dessa forma, não haverá nada que nos prenderá ainda à zona de conforto.
Mas, como seria possível aceitar o sofrimento?
A aceitação não tem a ver com passividade e significa não haver briga interior com a realidade. Nada mais é visto como problema, mas como situações em que algumas requerem ações e outras não. Dessa forma, não precisamos atingir nenhum objetivo para nos tornarmos completos, pois sem sofrimentos, já nos sentimos completos. E, por não precisarmos de mais nada e por não haver mais medos, objetivos mais amplos e de aparências inalcançáveis acabam sendo mais fáceis de serem conquistados. E isso podemos fazer não por ainda precisarmos atingir algo, mas pelo simples fato de nos expandirmos no Universo.
"O universo adora expandir e criar coisa novas. Basta
observar a natureza.
Somos filhos desse universo e também gostamos de criar e
expandir.
Neste estado de total aceitação, a expansão não é mais baseada na
fuga da dor, onde ilusoriamente achamos que vamos encontrar algum lugar mais
seguro numa situação futura. A expansão é baseada apenas no prazer e alegria de
viver a vida."¹
Nossa autossabotagem faz com que criemos pensamentos absurdos que insistem em não deixar que façamos progresso. São pensamentos que surgem de energias negativas condensadas do nosso dia a dia, criando barreiras que não nos deixam vencer nossos sofrimentos, tentando nos deixar estagnados em novelo de lã embaraçado. Essas barreiras surgem porque temos dificuldade em interpretar e analisar as situações com inteligência e calma.
A vida não é cheia de sofrimentos, porém é cheia de situações. Quando não sabemos lidar com elas, o sofrimento surge. E a solução é sairmos da zona de conforto e fazermos uma reforma íntima. E até o sofrimento físico poderá ser vivido sem o acréscimo do emocional.
Personificando o sofrimento para tratá-lo:
Uma ideia que tive para melhor lidar com algumas situações em minha vida foi tratá-las como pessoas. Toda vez que algum tipo de sofrimento tenta se aproximar de mim, penso comigo "lá vem ele querendo conversar comigo" e o melhor, dou nome a eles. Por exemplo, "lá vem o Zezinho rabugento de novo"... Esse foi algo que me ajudou a tirar o peso das situações e deixá-las parecendo bobagem. Assim, podemos visualizar o sofrimento como algo que não nos pertence, que é de outro alguém e que não precisa conviver conosco como um fardo a ser carregado.
Se permanecemos na zona de conforto, o sofrimento pode até ser suportável, pois estamos lidando com algo que já conhecemos, já até nos acostumamos. Mas, se não resolvemos deixá-la para buscar nossa expansão no Universo, podemos acabar tendo de deixá-la pela dor, quando já não há como suportar aquela situação concretizada. E essa é uma forma ruim de se motivar a fazer mudanças em nossa vida. O ideal mesmo é resolvermos encarar novas realidades por nós mesmos, não como forma de fuga, mas pelo prazer que isso causa, com o sofrimento extinto e amplitude existencial.
Portanto, livre-se de tudo aquilo que não está mais sendo útil em sua vida... Primeiramente as coisas materiais: roupas guardadas a mais de três meses sem serem usadas, papéis, objetos acumulados que ocupam espaço ou que estão quebrados. O apego de coisas materiais vem do medo da falta e é uma atitude de anti-prosperidade. Quanto mais desapegados e menos dependentes formos das coisas materiais, mais abrimos portas para a abundância e para o novo, deixando a vida mais leve e com um ar renovado.
Depois, livre-se das situações que você chama de sofrimento e que encontram-se dentro de você.
Busque sua verdadeira natureza divina, pois você é um espírito livre de qualquer barreira e que possui um universo interno enorme a ser explorado, no qual você pode se surpreender com o tamanho das maravilhas que podem ser descobertas!
Um grande abraço. Paz e luz a todos!
¹Postagem baseada nas aulas gratuitas de André Lima, do curso de EFT (Técnica de Libertação Emocional).
